A história de Gusttavo Lima é representação típica de grandes cantores sertanejos do nosso país. Nascido em Presidente Olegário (MG), de família humilde, foi necessário muito sacrifício para realizar seu sonho.
O garoto já cantava aos oito anos de idade, mas só aos dezoito anos foi possível iniciar carreira solo e se tornar um cantor conhecido. Hoje, aos 22 anos, o cantor já possui cerca de 150 composições em seu repertório. Profissional completo, cantor, músico e compositor, o mineiro não decepciona.
As músicas animadas, sua característica principal, arrastam multidões para seus shows. Seu último DVD, gravado em Patos de Minas, levou 90 mil pessoas, ao parque de exposições da cidade. O garoto convenceu. A agenda lotada não deixa dúvidas. Vale a pena conhecer esse mineirinho de perto.
Fernando e Tiago contam as dificuldades da carreira de cantor sertanejo
Por Flávio Magelo
Dupla se apresentando em casa de showa de Contagem
A música sertaneja não sai mesmo de moda. Todos os anos o mercado descobre celebridades que saem do anonimato e tornam-se fenômenos de venda de discos e de público nos shows realizados.
O sucesso dos grandes nomes da música sertaneja alimenta o sonho de muitos artistas de alcançarem o fama, dinheiro, reconhecimento do trabalho e conseguir tocar suas canções no rádio e televisão de todo país.
A dupla “Fernando e Tiago”, da cidade de Contagem, tocam juntos há um ano em casas de shows, bares e eventos particulares, do sertanejo raiz ao universitário.
Para conhecermos melhor os desafios enfrentados por uma dupla sertaneja conversamos com os cantores, que nos contam um pouco desta realidade.
- Como a Fernando e Tiago se conheceram e como surgiu a idéia de formarem a dupla sertaneja?
Tiago: Antes de desta formação eu cantava com um outro parceiro, a dupla se chamava “Evandro e Tiago”. O Fernando participava de alguns dos nossos shows tocando violão, quando a dupla acabou convidei o Fernando para cantar junto comigo e ele topou na hora.
- E você Fernando já tinha tocado em uma outra dupla anteriormente?
Fernando: Antes de tocar com o Tiago eu tinha uma dupla com meu irmão no estado do Pará. Há cinco anos, quando vim para Minas Gerais, comecei a tocar com bandas e duplas sertanejas, cheguei a fazer carreira solo, e hoje, graças a Deus, estou feliz com este novo projeto
- Quais as dificuldades que vocês estão enfrentando neste início de carreira?
Tiago: Não é fácil. A principal dificuldade é financeira. Falta patrocinadores que possam investir na dupla. Tudo vem do nosso bolso e para divulgar o nosso trabalho muitas vezes temos que tocar de graça. É um sonho ter um dia só a carreira de cantor como sustento, temos que trabalhar de dia e tocar a noite para sobreviver.
- De quais cantores vocês tiveram referências, e eles influenciaram o estilo de vocês?
Tiago: Eu cresci ouvindo moda de Viola, Tião carreiro e Pardinho, Milionário e José Rico, o sertanejo romântico de Chitãozinho e Xororó e Zezé di Camargo, aos novos cantores do sertanejo universitário, Jorge e Matheus, Fernando e Sorocaba e Victor e Léo, todos influenciam minhas composições e fazem parte dos nossos shows.
- São muitas duplas sertanejas que surgem no mercado. Qual o diferencial de vocês para alcançarem o sucesso?
Tiago: Humildade, trabalho e perseverança, a gente confia muito em Deus e em nosso trabalho, sabemos que se continuarmos neste caminho podemos alcançar o sucesso que sonhamos. Nada vem de mão beijada, estudamos muito sobre música sertaneja para estar sempre atualizados.
- No show, quais músicas são mais pedidas pelo público?
Tiago: Sempre pedem os sucessos mais tocados nas rádios, ultimamente pedem muito músicas do Michel Telô e do Gustavo Lima.
- Para conseguirem um espaço e cantar em uma casa de show e eventos, como funciona?
Tiago: De diversas formas. A principal é através de indicações de produtores das casas ou de amigos e pessoas que já nos contrataram, gostaram e indicam, mas, também marcamos muitos shows pela divulgação do nosso trabalho com o nosso CD promocional que gravamos recentemente.
- Uma curiosidade: O público feminino é maioria nos shows mesmo? E elas, acediam vocês?
Fernando: Sempre tem assédio, com a gente só não tem mais porque faltou um pouquinho de beleza na dupla!
- E a namorada, não fica brava com este assédio?
Tiago: As vezes eu tomo uns beliscões e ela xinga um pouco, mas ela já se acostumou com isso, leva numa boa. Inclusive por isso fizemos a música “Ela me Xinga”, que fala das brigas dos namorados.
Curta um pedacinho do show de "Fernando e Tiago":
Saiba um pouco mais da dupla "Fernando e Tiago":
Gilberto Soares dos Santos, o cantor ”Fernando”, 29 anos, solteiro, nasceu no interior de Minas na cidade de Itamacurí. Morou no Pará por 13 anos, onde foi locutor de rádio e formou uma dupla sertaneja com seu irmão José Soares. Fernando mora em Contagem há 5 anos e trabalha como polidor de piso. Sonha em ser reconhecido pelo trabalho na música e fazer fama. Fernando gosta de fazer amigos e sempre que pode dá uma fugida para andar de cavalo.
Tiago Inácio de Araújo, 25 anos, solteiro, namora há 6 anos com Aline. Há 12 anos, o canor se apresenta em bares e casas de shows. Toca viola e violão e atualmente está aprendendo a tocar sanfona. Tiago sempre morou em Contagem e seu principal hobbie é a música e sua paixão é cantar na noite de BH, sonha em ouvir sua música nas principais rádios do Brasil.
Cantores sertanejos em carreira solo se destacam no mercado musical
Por Flávio Magelo
Foto: Divulgação
Grandes duplas sertanejas se destacaram no cenário musical. Cantores como “Pena Branca e Chavantinho”, “Tonico e Tinoco”, “Milionário e José Rico”, de décadas atrás, até chegarmos nas duplas mais recentes: ”João Bosco e Vinícius”, “Jorge e Matheus” e “Victor e Léo”, ocuparam os primeiros lugares das rádios por anos.
Um fato curioso vem tomando espaço no cenário sertanejo, antes primordial o papel da segunda voz nas canções. Carreiras solos ganham mercado e caem no gosto dos ouvintes. Cantores como “Eduardo Costa”, “Paula Fernandes”, “Luan Santana”, “Michel Teló”, “Gustavo Lima”, “Cristiano Araújo”, circulam no meio artístico com canções estouradas e shows com cachês bem valorizados.
Cantor Gustavo Lima não tem mais agenda até o Carnaval.
Em contato com o produtor Prometheus, do cantor Gustavo Lima, ele revelou ao Viola no Campus que não possui espaço na agenda do cantor e por mais de um ano não conseguiram parar para descançar. Consultado pela produção sobre a possibilidade de realizar um show em Belo Horizonte, no mês de março, o produtor repassou o valor de R$180.000,00 de cachê da banda e afirma não haver possibilidade de atender. " Depois do carnaval iremos tirar duas semana de férias, não paramos este ano, precisamos renovavar as energias", afirma Promeheus.
Cantor Gustavo Lima ganhou fama com músicas "Cabelo Cor de Ouro" e "Balada" gravados em seu DVD.
Veja um dos sucessos do cantor:
No passado carreira soloera minoria
Cantorescomo Sérgio Reis e Sula Miranda são raridades que alcançaram sucesso em carreira solo na história da música sertaneja. Também, ocorreram situações que provocaram a continuidade sozinho na carreira, forçados por brigas ou pela fatalidade da morte de um dos integrantes, ocorridos por exemplo, com os cantores Leonardo, que perdeu seu irmão Leandro e Daniel, após a morte do seu parceiro João Paulo.
Nem sempre a carreira vitoriosa das "ex duplas" são garantidas. Um recente caso chamou a atenção, o cantor Hudson, que separou do seu irmão Edson, não emplacou na carreira solo e a alternativa foi voltar com a parceria entre os dois cantores. O fato da carreira solo decolar ou não está muito além do talendo individual dos cantores e depende de diversos fatores que ultrapassam a voz e o carisma do artista.
Briga de duplas
Imagem disponibilizada na internet
"Hugo Pena e Gabriel" se separaram em abril deste ano. Hoje a dupla é formada pelos cantores "Hugo e Gabriel"
Constantes ocorrências de brigas entre duplas ganham espaço na mídia. Os ‘arranca rabo” geram polêmicas, como ocorreu no caso de “Zezé di Camargo e Luciano”, e, até mesmo o fim de duplas, como “Hugo Pena e Gabriel” e Edson e Hudson”. Será que a convivência entre as duplas tornou-se um problema para os empresários, gravadoras e produtores e deixou de ser um simples “piti” dos artistas?
Para o psicólogo César Augusto, o fato das constantes brigas acontecerem são situações comuns entre as relações pessoais dos seres humanos. César afirma que o desgaste emocional da vida de viagens e shows deixam os artistas vulneráveis ao stress da profissão e facilita o desentendimento.
Outro ponto apontado pelo psicólogo é o da constante disputa pelo espaço na mídia, que sempre prioriza o cantor da primeira voz, podendo causar ciúmes e iniciar uma briga entre os cantores, “na dupla nem sempre os dois possuem o mesmo carisma,e talento, estas diferenças tornam-se polvorá no relacionamento dos cantores”, afirma César.
O fato, é que, o cantor sertanejo solo vêm ganhando a simpatia de ouvintes e contratantes, apesar que o preço de um só nem sempre ser menor que o de contratar uma dupla. Caras novinhas, com sorriso aberto e voz diferenciada ajudam as revelações a ocuparem espaço no gosto dos consumidores do estilo sertanejo.
A possibilidade de compartilhar vídeo, áudio e notícias pela internet aceleram a chegada dos lançamentos musicais aos quatro cantos do Brasil, criando diversas possibilidades de descoberta dos novos talentos, antes exclusivo as grandes gravadoras e distribuidoras. As inovações tecnológicas abrem caminho para novos experimentos na música sertaneja. Em dupla ou sozinho, novos nomes irão garantir a continuidade do estilo sertanejo por muito tempo.
Conheça o jovem paranaense que está arrastando multidões pelo Brasil
Por Paula Isis
Há alguns anos conhecemos um menino de olhar inocente que surgia a frente de um grupo de Campo Grande, o Tradição. Em 2009 este menino cresceu e atingiu status de “gente grande” ao levar o Brasil inteiro a dar uma “Fugidinha” sem nenhum resquício de culpa. O primeiro DVD de Michel Teló foi gravado em Lages, Santa Catarina, diante de um público de 50 mil pessoas, em junho de 2009.
O paranaense criado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, foi um dos primeiros a mostrar que a música sertaneja poderia ser vista de um trio elétrico e com o mesmo vigor que o axé music, responsável por arrastar multidões pelo país.
Este desafio desencadeou um novo formato de apresentação, com tanta identidade que Michel foi um dos destaques do Carnaval da Bahia de 2011. Sua Fugidinha tomou os principais circuitos de Salvador e ecoou como o grande hit do verão.
Sua nova fase iniciada em 2009 teve aceitação imediata, “Ei psiu beijo me liga” com a participação de João Bosco & Vinícius conquistou o público. Mas ele não parou por aí, um hit ainda maior estava por vir. “Fugidinha” trouxe um Michel mais solto, sedutor e brincalhão. Sua desenvoltura parece ter conquistado o país, o que fez com que sua música ficasse por meses como a mais tocadas nas rádios do Brasil. O reconhecimento de público e critica aconteceu com as indicações aos principais prêmios de musica como Melhores do Ano do Faustão, Prêmio Multishow onde concorreu em quatro categorias.
Preparando um novo CD o artista que não para de trazer novidades lançou há quatro meses a música “Ai se eu te pego”, faixa escolhida como carro chefe do próximo trabalho. Com malícia e gingado, “ Ai se eu te pego” chegou pontuando a performance de artista que mostrou que chegou para ficar entre os músicos mais tocados do País.
Hoje “Ai se eu te pego” atravessou o mundo e esta entre as músicas mais tocadas nos países: Alemanha, Espanha, Portugal entre outros.Atualmente, a música está em primeiro lugar, sendo a mais baixada através do Itunes na Espanha e Portugal.
Perfil
Nome: Michel Teló
Aniversário: 21 de janeiro
Característica: Alegria
Medo: Perder alguém querido
Saudade: da infância
Sonho: Cantar até ficar bem velhinho
Momento inesquecível: A primeira vez que cai na estrada para fazer show
Motivo de orgulho: O carinho que conquistei dos meus fãs
Qualidade: Ser sincero
Defeito: Ser muito ansioso
O que mais admira em uma pessoa: sinceridade
O que mais detesta em uma pessoa: falsidade
Hobby: Pescar
Para descansar não há nada melhor que: ouvir uma boa música e dormir
O sertanejo universitário se alastrou como poucos gêneros, recentemente. As duplas se multiplicaram e suas músicas são ouvidas em milhares de lugares na cidade, até onde não se pensava, como no Hard Rock Café. O Hard Rock é um espaço destinado, como o próprio nome já diz, ao rock e seus diversos estilos. No entanto, podemos observar uma invasão de outros ritmos e estilos músicas.
O “Hard Rock Café”, que foi o primeiro e permanece como um dos mais famosos restaurantes temáticos e centro de entretenimento do mundo, possui decoração inspirada no Rock’n Roll e expõe peças reais de vários artistas famosos.
Hoje o Hard Rock Café é uma das instituições mais prestigiados do gênero e também aderiu a essa nova onda do Sertanejo Universitário. A casa de shows mistura vários estilos e tem um dia especial para o sertanejo. As quintas feiras são dedicadas ao sertanejo universitário, com o “Sertanejo Vip BH”. Toda quinta feira a casa recebe duplas de sertanejo e é sucesso absoluto de público.
Se observamos as festas de finais de ano, oito a cada dez festas estão oferecendo como atração um show de sertanejo universitário. Pessoas, como a estudante de jornalismo Carolina Hesse, que não são adeptas do estilo, se sentem sufocadas pela falta de opção. “O fato de eu não gostar não se deve apenas ao gênero, que não me agrada musicalmente falando, mas também porque acredito que há poucos que fazem o som original e muitos que copiam. O que eu quero dizer é que há pouca originalidade e criatividade em questão. rimas pré-fabricadas e melodias são semelhantes ou até mesmo iguais em diversas músicas de artistas diferentes.", explica a estudante.
É inquestionável o sucesso e a proporção que o sertanejo universitário ganhou nos últimos anos, mas também não podemos deixar de observar que cada lugar tem um público, uma proposta como empresa. O fãs do rock estão orfãos. Em Belo Horizonte são poucos os lugares destinados ao estilo, são poucas as rádios que mantém o rock em seu set list, e os grandes festivais? Ah, esses nem existem mais.
Conversamos com o professor de Estética e Cultura de Massa, do curso de jornalismo do UNIBH, Luiz Magalhães, para saber qual sua opinião sobre o sertanejo universitário. Luiz expressou sua opinião em um bate-papo embasado nos conhecimentos teóricos como mestre em filosofia. Confia a entrevista na íntegra.
Foto: Aquivo pessoal
Por Paula Isis
Com o chamado “sertanejo universitário que, atualmente atrai um grande público, principalmente jovem, quais os riscos com a maciça segmentação da música?
Não sei se podemos falar de risco. Risco de que? Segmentação também não é necessariamente um problema. Creio que a questão esteja mais relacionada com a qualidade do que é ofertado e o nível da demanda.
O que explica o grande sucesso alcançado por músicos desse gênero?
Não acompanho o trabalho de nenhum deles e não sei exatamente como se colocam no mercado. Pelo que vejo, superficialmente, tudo está relacionado com a questão do marketing que envolve esse tipo de produto mais comercial.
Existe um responsável, por este sucesso?
Como disse, acho que o marketing é forte. Temos ainda o nível da demanda. Esses produtos envolvem toda uma cultura que vai além da música, com hábitos de consumo, roupa etc.
De quem seria esta maior “responsabilidade”, da mídia com o excesso de divulgação ou do propriamente do público que absorve?
É tudo uma questão de mercado. Tem demanda, tem oferta com um marketing bem direcionado e novas demandas são criadas. Assim como ocorre com objetos de consumo.
A música sertaneja universitária não passa de música industrializada? Ou existe alternativa?
Como não acompanho esse estilo, não sei ao certo. Me parece que é a mesma questão dos outros estilos mais comerciais, como axé e cia. Não sei se eles consomem também boas versões de clássicos da cultura sertaneja.
A música popular de forma geral, normalmente é atraída por pessoas da massa, no entanto atualmente, os universitários se tornaram adeptos fieis desta nova onda. Existe um declínio dos gostos estéticos da cultura, principalmente na música?
A música brasileira é muito rica e ainda vivemos de uma herança muito especial que nasceu por volta dos anos 50 e 60. Depois de um período tão brilhante, não sei se o que nasce hoje, como esse mercado tão forte, conseguirá manter a mesma qualidade. Temos outros fatores envolvidos como as tecnologias de execução, produção e distribuição dos produtos musicais. Não sei se quantitativamente existe mesmo um declínio ou se o que vemos de maneira mais incisiva se relaciona naturalmente com um nível mais elementar.
A música popular de massa funciona como uma droga alucinógena, que impede o público de discernimento, de gostos “melhor” apurados artisticamente falando?
Acho complicado afirmar isso. Muitas pessoas consomem produtos mais sofisticados e também outros mais comerciais. O problema é quando se restringem ao que existe de mais pobre.
Pode-se chamar sertanejo universitário de música?
Sim. Do mesmo jeito que existem coisas mais bem elaboradas e outras piores. Temos a literatura dos grandes escritores e dos escritores menores. O mesmo vale para a música.
Conheça a dupla que está despontando no cenário musical brasileiro
Por Paula Isis
Histeria, choros, gritos e soluços. Esses ingredientes são quase pré-requisitos para um verdadeiro fã. Os bordões que impregnam na cabeça e nos fazem gritar em um só coro durante os shows surgem nesses momentos de fanatismo exaltado. Se você gosta de sertanejo universitário, certamente já ouviu um louco gritar do seu lado: “Pelo amor de Deus, Jorge & Mateus”. Contudo, o autor desses jargões não recebe crédito nenhum, é sempre um autor desconhecido, ou quase sempre. Você já ouviu a frase“Ai meu Deus do céu,Leandro & Daniel”? Não? Flávia e Camila Bambirra, primas do cantor Leandro, da dupla, Leandro & Daniel, soltaram esse grito em uma festa de família e, hoje, não existe sequer um show da dupla sem que esse bordão esteja presente. Nunca ouviu? Então, prepare-se, Leandro & Daniel estão chegando e essa frase não vai mais sair da sua cabeça.
Amigos de infância, começaram a tocar ainda na época em que estudavam no colégio Logosófico, em Belo Horizonte. Tocavam nos intervalos. Um repertório adolescente, cheio de músicas de bandas como Capital Inicial, Legião Urbana e Engenheiros do Havaí. Depois do ensino médio, os garotos se separaram, em busca do sonho de se tornarem universitários. Daniel prestou vestibular pra Direito e Leandro para Veterinária.
O reencontro da dupla aconteceu em uma dessas festas de faculdade, durante uma calourada da Federal. Daniel tocava violão por hobby, embora seu estilo tenha mudado um pouco, sua praia agora era o sertanejo. Leandro conta que a dupla surgiu a partir de um convite do amigo. “Ele me chamou pra tocar sertanejo, mas nada sério, nem em festa, só de brincadeira. Começarmos a ensaiar em um estúdio caseiro, feito com caixinha de ovo e isopor. Passou uma semana o Daniel me falou que tinha “fechado” uma festa e bateu o desespero”, explica.
Era um caminho sem volta. Por mais que Leandro relutasse no começo, as festas começaram a surgir. “Tocávamos na festa por cerveja e entradas. Esse era o cachê. Capinamos muito no começo, tocando de graça em várias festas”, relata Daniel com sorriso no rosto.
Como na vida nem tudo são "espinhos", a virada na carreira da dupla aconteceu em uma festa do curso de Fisioterapia da UFMG. A equipe do D.A. (diretório acadêmico) entrou em contato com Leandro para sondar o valor do cachê de suas apresentações. Ele mal acreditava que queriam mesmo pagar pelo show e, ao mesmo tempo em que estava feliz pelo convite, bateu a insegurança. O músico não queria cobrar nada, já que estudava na Federal, seria um prazer tocar para os amigos. “Eles pagaram cem reais de cachê para a dupla, a cerveja e a entrada dos acompanhantes que, no meu caso, foi o meu irmão”, explica Leandro. Com a ajuda de um fã desconhecido que apresentou a dupla ao dono de uma boate, a dupla começou a se apresentar em uma casa noturna. Apresentaram-se durante um ano, todas as quintas-feiras.
No início, a dupla tocava por curtição. Todavia, à medida que foram ganhando espaço e ficando conhecidos, viram ali uma oportunidade de construir uma carreira e sentiram a necessidade de se profissionalizarem. Daniel explica que no começo eles gastavam todo o dinheiro de festas com cervejas e bobeiras no geral. O divisor de águas aconteceu quando eles conheceram Chiquinho, o atual produtor, que mostrou a importância do investimento na dupla. Começaram, então, a destinar os cachês para a dupla (equipamentos, gastos com deslocamento) e a fazer aula de canto, pois ambos começaram a carreira acreditando que era só pegar um microfone e começar a cantar.
Atualmente a dupla está divulgando o primeiro disco gravado ao vivo na boate Swingers no dia 17 de setembro de 2010.
Do sonho a realização
Leandro & Daniel tem pouco mais de dois anos de carreira e hoje a batalha é para divulgar o primeiro CD da dupla. Daniel afirma que o repertório tem composições próprias e regravações. “A gente compõe em parceria, mas em grande parte eu componho. Faço a letra, aí mostro pra ele, ai ele muda algo e faz a melodia”, acrescenta. Leandro explica que as músicas do CD trazem várias nuances do sertanejo. “O disco terá regravações de músicas de Zezé di Camargo e Luciano, Jorge e Mateus, Victor e Leo, João Bosco e Vinicius e também de representantes do sertanejo de raiz, como o Trio Parada Dura”, ressalta.
O processo de produção começou meses antes da gravação. Todo o disco foi custeado com dinheiro de cachê dos shows, cerca de trezentos reais por apresentação. A maior dificuldade para a dupla é o custo do processo. Sem ajuda de patrocinadores, todo o trabalho foi pago pelos músicos, o que tem ocasionou a demora do lançamento. Desde o início da produção até o lançamento em julho deste ano, foram mais de nove meses. “O CD, por exemplo, foi todo parcelado, juntamos o dinheiro de um fim de semana para pagar o aluguel do estúdio, depois uma parcela da mixagem, depois mandamos a gravação para ser remasterizado em São Paulo”, explica Daniel. Atualmente a dupla prepara o lançamento do primeiro DVD, gravado no Hard Rock Café, em Dezembro deste ano.
Durante o período de férias, as noites de sexta serão mais animadas com as festa Top Sertanejo Country que rola no São Firmino Botequim. A dupla Renan e Rafael comanda a festa e traz, a cada semana, novos convidados.
O São Firmino fica na Av. do Contorno, 6342, Savassi, BH. A casa abre cedo com o tradicional Happy Hour.
Nossa equipe aproveitou a passagem da dupla por Minas gerais para bater um papo descontraído e cheio de revelações
Por Paula Isis
Como vocês se conheceram e decidiram formar a dupla?
Vínicius: Nos conhecemos na escola aos 10 anos. Tínhamos em comum a paixão pela música. Após uma competição em que fomos rivais, o pessoal da escola nos empurrou para cantarmos juntos. Com 18 anos mudamos para Campo Grande. João começou a estudar Odontologia e eu fiz cursinho e entrei na faculdade de Fisioterapia. Ele concluiu a faculdade e eu tranquei no último ano. Sentamos para conversar e decidimos correr atrás da carreira sem medo de atingir o estrelato.
Vocês são quase irmãos?
João Bosco: Temos uma relação muito boa, um respeito pelo outro. Mesmo quando estamos fora do trabalho sempre nos encontramos. Isso faz com que a gente adquira mais afinidade.
Vinícius: A gente se completa. Quando um está cansado o outro dá força. Temos cumplicidade, amizade verdadeira e franqueza. Poucas vezes nós discutimos.
Como surgiu a ideia de inovar na música sertaneja incluindo batidas que antes não existiam no gênero?
Vinícius: Pelo fato de (na época) sermos dois universitários e por gostarmos de curtir as festas da faculdade, surgiu a idéia de misturar isso no sertanejo (nossa música raiz). Como crescemos ouvindo música sertaneja, resolvemos fazer uma mistura de ritmos que fizesse com que ninguém ficasse parado. E como todo ser humano é movido pelo amor, não poderíamos deixar de fora as músicas românticas, fazendo com que o povo beijasse na boca.
Qual é a importância que vocês se auto-atribuem na música sertaneja contemporânea?
Vinícius: Não nos consideramos ícones, mas é muito bom saber que contribuímos para que outras duplas também tivessem seu espaço no mercado nacional.
O rótulo "sertanejo universitário" incomoda?
João Bosco: De maneira alguma! Foi exatamente o rótulo sertanejo universitário que ajudou para que a nossa música fosse reconhecida por todo o país e isso foi muito bom porque hoje João Bosco & Vinícius é uma dupla que atinge todos os públicos.
Então o perfil de quem vai aos shows de vocês hoje é diferente do início da carreira (onde se apresentavam principalmente para jovens/universitários)?
Vinícius: Graças a Deus! Hoje, além do público universitário, conquistamos também crianças, jovens, idosos. O nosso show é para toda família, ficamos impressionados ao ver crianças cantando, fazendo coreografia, enfim, é uma grande realização!
Em outras entrevistas, disseram que por serem bastante conhecidos no Mato Grosso do Sul, um CD caseiro colaborou para a divulgação da dupla?
João Bosco e Vinícius: Na verdade, isso abriu algumas portas em nosso estado e algumas outras regiões, mas não foi isso que fez nosso trabalho ser reconhecido nacionalmente. Devido a essa distribuição caseira - que nós nem imaginávamos que tinha sido feita - resolvemos fazer o trabalho certinho, legalizando o CD com as devidas autorizações e fazendo o trabalho correto, com divulgação.
Qual foi o último cd e quando foi gravado?
Vinícius: Gravamos nosso cd e DVD “Coração Apaixonou”, em 10 de dezembro de 2009, na cidade de Ribeirão Preto\SP, que duas músicas marcaram como “Tema Diferente” e “ Sem esse coração”, foi umas das músicas mais tocadas nas rádios do Brasil. E em setembro de 2010 gravamos a música “Chuva”, que ainda é sucesso nas rádios e em nossos shows e agora estamos lançando a música “Abelha” junto com nossos amigos Jorge e Mateus.
Este é o 6º álbum da dupla. O que o diferencia em relação aos discos anteriores?
Vinícius: Acredito que a maturidade. Nesse ano nós estamos completando 17 anos de carreira e nesse novo disco “Coração Apaixonou”, a gente conseguiu agregar no repertório o que tínhamos de melhor, colocando algumas músicas do nosso gosto pessoal, uma delas tem a participação do cantor Leonardo, uma regravação maravilhosa, a música “Deixaria Tudo”. Outra regravação foi a música do RPM “A Cruz e a Espada”. Eu e o João, nós não acompanhamos essa fase da música, mas a nossa curiosidade de estar sempre buscando conhecer coisas novas e que foi sucesso, regravamos uma música tão importante quanto essa.
Qual a letra preferida do João Bosco e qual é a preferida do Vínicius?
João Bosco: Não que seja a música que a gente goste mais, porque tem tantas, a gente gravou seis projetos, multiplica em média 15 músicas cada projeto, mas na minha opinião, a música “Chora, me liga” foi um marco até agora, foi a música que consolidou os nossos 17 anos de nossa carreira.
Como vocês avaliam a carreira da dupla?
João Bosco: Com o tempo nós aprendemos muito. São 17 anos de estrada e já passamos por vários estágios; foram oito anos de shows em bares até lançarmos o primeiro CD. Nunca quisemos um sucesso meteórico e sempre soubemos que Deus iria olhar pela gente e mandar uma joia rara como foi o caso de Chora, Me Liga, que consolidou a nossa carreira.
Vinícius: Chora, Me Liga foi o divisor de águas. Ela foi a música mais tocada de 2009. Como É o Amor para Zezé Di Camargo & Luciano, Fio de Cabelo para Chitãozinho & Xororó e Dormi na Praça para Bruno & Marrone, a canção também teve esse impacto em nossas vidas.
Nós já percebemos que nos shows vocês estão ligados sempre a 220 wats. Da onde vem tanta energia?
Vinícius: Nós fazemos isso com paixão. É uma troca que fazemos com o público, apenas retribuímos o carinho e o respeito que o público tem com a gente, não importa se no show tenha 500 ou 20 mil pessoas, nosso show é o mesmo!
João Bosco: Quando percebemos que o público quer algo diferente no show usamos a malícia que aprendemos no bar e surpreendemos eles com uma música diferente para fazer todo mundo cantar mesmo.
Qual a música favorita que não pode faltar em nenhum show? Com certeza vocês têm várias, mas todo dupla tem aquela que não pode faltar?
Vinícius: O “Chora, me liga”, a música que a galera mais pede para tocar.
Com relação ao amor, solteiros ou casados?
Vìnícius: Sou casado com Audrey Kelly Franco (34) há dois anos e recentemente nasceu minha filha Maria Clara. Audrey é minha companheira e sempre esteve ao meu lado tanto nas horas boas quanto nas ruins. Amo as mulheres da minha vida.
João Bosco: Terminei recentemente um noivado de nove anos, encontrei um novo amor. A relação começou há pouco tempo. Estou com o coração preenchido e feliz.
Qual é o seu lazer?
João Bosco: Adoro receber amigos em casa e preparar pratos saborosos. Tenho vontade de fazer um curso de culinária.
Vinícius: Crescemos em meio à natureza e, sempre que podemos, viajamos para estar perto dela.
Após dois anos de espera a dupla João Carreiro e Capataz lança seu CD. O trabalho possui 40 músicas, divididas em dois discos. O primeiro, chamado Lado A, traz moda de viola e sertanejo de raiz. O segundo disco, o Lado B, tem um toque do sertanejo universitário.
A dupla continua trabalhando o estilo sarcástico e duplo sentido em suas composições, tornando as músicas muito divertidas. O CD conta com a participação de duplas como Rio Negro e Solimões e Gino e Geno.
Os fãs de sertanejo podem comemorar, o projeto atende as diversas segmentações do público com o jeitinho “bruto” de sempre.